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sexta-feira, 21 de abril de 2006

Há quatro Anos!!!

Há quatro anos…Morreu Savimbi em combate, no Leste de Angola. Foi exibida pela Televisão Pública de Angola (TPA) a imagemdo corpo de Jonas Savimbi cravado de balas, moscas e profanado. Para quem tinha dúvidas ou alguma esperança no regresso do líder ou numa reviravolta, tudo ficava claro. Era chegado o fim de uma odisseia começada em1966 no leste de Angola.

Há quatro anos…Nasceu um duplo desafio para o General Paulo Lukamba“Gato”: 1º parar as hostilidades e devolver a paz aos angolanos; 2º salvar a UNITA de um fim inglório e transformá-la num partido político capaz de abraçar a disputa política, sem recorrer a meios militares.

Há quatro anos…O General “Gato” mostrou-se à altura do acontecimentoe das circunstancias. Por um lado, suspendeu as hostilidades e entabulou negociações com as FAA, assinando-se um cessar fogo, que teria na assinatura do memorando de entendimento, em Luanda na casa mãe das leis, o seu ponto alto. Por outro lado, o General“Gato” começou a percorrer o longo e difícil caminhoda unificação e transformação da UNITA. É um caminho que teve o seu ponto alto no congresso que elegeu o Sr. Samakuva como presidente da UNITA. A unidade daUNITA permanece difícil, com altos e baixos…

Quatro anos depois…A paz é uma realidade inquestionável. O mérito do presidente da república, o engenheiro José Eduardo dosSantos, na conquista da paz militar é incontornável.Os frutos da paz são visíveis na livre circulação de pessoas e bens, na reabilitação das infra-estruturas, na estabilização macro-económica, na corrida de investidores estrangeiros…

Quatro anos depois…A defesa e garantia dos direitos e liberdades fundamentais dos angolanos é feita de modo tímido ou insipiente. A igualdade perante a lei é uma miragem, para a maioria dos angolanos. A juventude rural e das periferias das grandes cidades continua condenada a um desemprego crónico, quando não está sub-empregada. Os salários da função pública permanecem aquém do custo de vida…

Quatro anos depois…Continuamos a espera da normalização das instituições políticas do país. As eleições continuam no segredodos deuses. A oposição e o partido no poder continuam com agendas desencontradas. As grandes questões nacionais ainda são monopólio e privilégio dos“iluminados” dos partidos, “grandes intérpretes” do pensar e sentir nacional. O investimento na educação ena saúde, que mais não são senão o investimento no Homem Angolano e no futuro do país, são uma miragem.

Quatro anos depois…A UNITA ainda vive os seus dramas e o sonho de ser omaior partido da oposição. A FNLA continua a braços coma sua crise interna de liderança. Os outros todos não inspiram segurança enquanto alternativa ao governo doMPLA… Por esse andar, quando as eleições forem anunciadas, não é muito difícil prever que sirvam para confirmar o óbvio…

Quatro anos depois…Consola-me saber que pesa sobre a nossa geração,gravemente privada de oportunidades, o desafio detrabalhar e lutar por uma democracia pluralista emAngola e não apenas eleitoral. Esse desafio já começoue temos de procurar pelas oportunidades já que elastardam em aparecer ou manifestar-se de forma clara etransparente.
Eu acredito na nossa geração…

Upindi Pacatolo

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