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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Cadeira vazia ou Intelorância Política?

O artigo interessante do amigo Luís Araújo sobre a notícia da semana que findou, faz-me retomar um artigo que havia escrito, mas que não publiquei, sobre «cadeira vazia ou intolerância política?».

Os argumentos que apresentou, se considerarmos a especificidade do nosso contexto, são bastante discutíveis. Não é que eu corrobore com os «comentaristas» que entendem que a ameaça de Samakuva poderia significar o recuo e recurso à mata.

A primeira ideia que me ocorre é que a nossa democracia não é ainda madura, (é apenas proclamada) precisa de dar prova que ela se pode construir nos marcos institucionais, que outrora foram rejeitados e invertidamente trocados por campos de batalhas. Parece-me fácil pensarmos que o facto de sermos uma democracia formal estamos habilitados a exercitar as experiências de uma qualquer democracia consolidada. Além de que, pode, à primeira vista, parecer uma boa estratégia, a retirada do parlamento pelos deputados da Unita, dada a falta de legitimidade democrática em que está mergulhado, há muito, o nosso parlamento. Não é assim, no entanto, que vejo as coisas: para mim, há que preservar, neste momento, a estabilidade política, por ser um valor mais alto e que vai concorrer para que a transicção e a normalização da vida política democrática se faça sem pertubações maiores, envolvendo o mais possível os cidadãos.


Contudo, também não subscrevo tanto as ideias defendidas pelo kota Justino Pinto de Andrade, que se fixou mais nas perdas materiais pela parte da Unita se este partido abandonasse o Parlamento. Julgo que o aspecto que aconselha a manutenção dos mandatos no Parlamento angolano é de cariz substancialmente político: queremos ou não que o Parlamento seja uma realidade central de debate político e das grandes decisões nacionais?

Seria uma tentação errada fazer duma táctica, que é o abandono do plenário, a própria estratégia ou política de combate democrático. A oposição angolana deve mostrar pelo combate político no terreno que é capaz, ou que é incapaz, doutro modo, não mostra que é uma alternativa. Não se convence o eleitorado assumindo o papel de «coitadinho» e com atitudes lamuriosas - essas não mobilizam -, mas sim pela qualidade das propostas.


por pfromao

1 comentário:

Upindi Pacatolo disse...

Meu mano, depois de muita incerteza, cá vai. Primeiro, penso que o que temos não é uma democracia, quanto menos uma autocracia, plutocracia ou sem simpatia um regime autoritário. Proque a definição minimalista de regime democrático aceite pela maioria dos politólogos é a de Przirwoski: um regime é democrático quando realiza eleições livres, justas, universais, inclusivas, concorrências e a oposição tem probabilidades de chegar ao poder sem que os vencedores anteriores(governantes) sobvertam as regras do jogo democrático.
Como as nossas eleições não foram o que está acima, então podemos dizer que estámos numa fase transitória do autoritarismo a democracia. até chegarmos, temos um autoritarismo.
Segundo, agora devia começar a discussão sobre o que fazer para garantir que a chegada a um regime democrático percorra um caminho razoável que deia estabilidade institucional ao regime "nascituro"
Pacas